O WhatsApp está banindo usuários que baixarem versões alternativas do seu aplicativo. De acordo com relatos no Twitter, a plataforma de mensagens está bloqueando contas que acessarem o serviço por meio do app chamado “WhatsApp GB”.
O nome do aplicativo figura, inclusive, entre os principais assuntos comentados na rede social desde a última segunda-feira (21). O WhatsApp GB é uma espécie de clone da plataforma de mensagens desenvolvida pela Meta.
O aplicativo se conecta a uma conta de WhatsApp e oferece funções extras, como: agendamento de mensagens, a possibilidade de esconder o status online e conexão de mais de um número de telefone ao mesmo perfil.
A versão só está disponível para celulares com Android. O app precisa ser baixado fora da Play Store, loja oficial de aplicativos do Google. Esse fato, por si só, já configura um risco para a segurança dos usuários, apontam os especialistas em segurança consultados pelo g1 (leia mais a seguir).
O time de comunicação da empresa alerta que não existe nenhuma outra versão oficial do aplicativo a não ser o WhatsApp Messenger e o WhatsApp Business. As duas estão disponíveis nas lojas de aplicativos de Google e Apple. Ainda é possível acessar o comunicador pela internet na versão Web.
empresa justifica a falta de suporte ao WhatsApp GB e outros aplicativos semelhantes dizendo que não consegue garantir a segurança desse tipo de app alternativo.
“Os aplicativos não compatíveis [como o WhatsApp GB] são versões modificadas do WhatsApp. Eles foram desenvolvidos por terceiros e violam nossos termos de serviço. O WhatsApp não é compatível com esses aplicativos porque não podemos validar as medidas de segurança implementadas por eles”, explica a companhia em comunicado.
Riscos para a segurança
Para o especialista em segurança Thiago Ayub, esse tipo de aplicativo pode ser um terreno fértil para criminosos explorarem vulnerabilidades. Mesmo que seus criadores tenham boas intenções, softwares como o WhatsApp GB podem ser uma porta de entrada para contas e celulares dos usuários.
“A questão é que as comunicações trocadas no WhatsApp são sigilosas, passar isso para uma segunda empresa que você não conhece e que não tem confiança, abre sempre um risco”, explica Ayub.
Outro ponto relevante é os usuários precisam procurar e baixar os arquivo desses softwares em sites que nem sempre são confiáveis. Ayub não descarta a possibilidade de hackers usarem o aplicativo para inserirem softwares maliciosos ou mesmo usar o tema como isca para as vítimas.
“Já tivemos casos de um grupo criar um malware, embutir no software e a própria fabricante não perceber”, conta o especialista. “Na loja oficial há um sistema de checagem sobre a segurança do aplicativo”.
Além disso, para fazer a instalação, o usuário precisa alterar as configurações do celular para que o sistema Android aceite apps de desenvolvedores desconhecidos. Permitir a instalação de aplicativos de fontes não oficiais é recomendado apenas para usuários experientes, pois arquivos maliciosos podem roubar dados e até danificar o telefone.
“Se você optou por instalar esse aplicativo e desabilitou a configuração de ‘instalação somente de fontes confiáveis’, você está sendo responsável por abrir seu aparelho para um possível criminoso”, explica Fernando Amatte, diretor da empresa de segurança Cipher, do grupo Prosegur.
O especialista ainda aponta que empresas como a Meta não podem ser responsabilizadas caso ocorram vazamento de dados associados ao uso de apps como o WhatsApp GB e outros que realizam funções semelhantes.
“Os riscos são inúmeros, pois as informações do usuário ficam armazenadas nos servidores dos desenvolvedores, nem sempre confiáveis. No melhor cenário, o usuário pode enfrentar instabilidades técnicas, no pior, pode ter seus dados vazados ou roubados”, diz Amatte.
Contas banidas
De acordo com as páginas de ajuda do WhatsApp, usuários que receberam a mensagem de “temporariamente banido” podem mudar para a versão oficial do aplicativo para restabelecer sua conexão.
Quem continuar usando o WhatsApp GB ou semelhante pode ser banido de forma permanente. A empresa também recomenda que os usuários façam um backup do histórico de suas conversas antes da migração.
Fonte: G1